id As imagens e a Bíblia: ideias rápidas sobre as imagens sagradas e a Bíblia. A dificuldade e a sua explicação. Normas bíblicas transitórias e permanentes. O Papa pode modificar a Bíblia? No tema das imagens mudou-se a Bíblia?
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AS IMAGENS E A BÍBLIA

1. A dificuldade das imagens.- Algumas pessoas sente preocupação diante da questão das imagens. Comprovaram que na Bíblia se proíbem as imagens. Então, perguntam-se, porque os católicos e os ortodoxos aceitam e recomendam os seu uso? Fazem ouvidos moucos à Bíblia? Tratamos, a seguir, deste assunto das imagens.

2. Breve historia do problema.- El tema das imagens já foi muito discutido no séc. VII poer ocasião da perseguição do imperador do oriente Leão III o Isáurico, que se empenhou em destruir as imagens pela força. O segundo concílio de Niceia (no ano 787) definiu solenemente que o uso das imagens é válido. Deste modo, este assunto foi proposto, estudado e clarificado. Mas continuemos a nossa explicação.

3. Na Bíblia tudo é igual e permanente? Não, não. Deus Nosso Senhor foi guiando o seu povo passo a passa e entre as normas que ditou, algumas eram válidas para todos os momento, enquanto outra eram transitórias. Inclusive há regras que se mudam na própria Bíblia.

4. Exemplos de normas bíblicas transitórias? Por exemplo, o libelo de repúdio estava incluído na lei de Moisés, mas Jesus o suprimiu e esta modificação aparece na Bíblia. Igualmente, o antigo testamento estabelecia que se devia lapidar as adúlteras, oferecer dois cordeiros por dia em sacrifício, não comer carne de porco, etc. Também se exigia a circuncisão como algo muito importante. Estas e outras normas estavam fixadas na Bíblia e agora não se cumprem, pois eram leis transitórias. No Levítico há um grande número delas.

5. O Papa pode modificar la Bíblia? A resposta a esta questão é dupla:

  • O Papa não pode modificar caprichosamente la Bíblia.
  • O Papa, inspirado por Deus, pode interpretar a Bíblia e pode decidir que norma bíblica é transitória. Assim o relata a própria Bíblia quando Pedro suprimiu várias normas da lei de Moisés, entre as quais na mais nada menos que a da circuncisão. Mas não foi um capricho de Pedro, mas sim uma inspiração divina narrada na Bíblia. Quer dizer, o próprio Deus pode mudas as normas Bíblica quando o deseje (as permanentes não, pois o Senhor não se contradiz).

6. Por que quis Deus isto? O Senhor quis que fosse o Papa aquele que interprete a Bíblia e regule muitos aspetos da vida cristã, por vários motivos:

  • Este foi o modo habitual de atuar. Deus costuma falar aos homens através de outros homens: Moisés, os profetas, os santos...
  • Este modo divino de trabalhar é muito apropriado aos homens: ajuda a exercitar a fé, a humildade, a obediência daqueles que seguem o Papa e também do próprio Papa, que deve estar muito atento para seguir Deus.
7. No tema das imagens mudou-se a Bíblia? No que se refere às imagens, há normas fixas e transitórias:
  • A parte estável é a proibição da idolatria. Isto não se alterou nem pode alterar se.
  • A parte transitória é o facto de haver imagens. Antigamente tal era proibido para prevenir o pecado frequente da idolatria. Posteriormente isto foi alterado e ratificado, como vimos anteriormente. Por isto os cristãos, de modo diferente dos judeus, podemos ter imagens e venerá-las. Subentende-se que a veneração a uma imagem não é dirigida à peça de madeira ou gesso, mas sim à pessoa que a imagem representa.
8. Há algo obrigatório em torno das imagens? O obrigatório é evitar a idolatria. Tudo o mais é optativo: uma pessoa pode ter imagens, outra não; pode escolher-se entre uma imagem ou outra e pode venerar-se de um modo ou outro.

9. É conveniente ter imagens? Cada um escolha o que desejar. As imagens podem favorecer a piedade. Por exemplo, muita gente e muitos santos decidiram melhorar a sua vida ao contemplar um crucifixo. Os seres humanos temos sentimentos, e é correto fomentar os bons sentimentos.

10. O que diz o catecismo sobre as imagens? O catecismo da Igreja católica trata este tema no números 476-477 e 2129 a 2132. Este último ponto diz: "O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. Com efeito, «a honra prestada a uma imagem remonta ao modelo original» e «quem venera uma imagem venera nela a pessoa representada»”. Podem ver-se os textos completos em: www.vatican.va

11. Alguns textos bíblicos? Várias pessoas recomendaram acrescentar algumas citações bíblicas sobre este tema. Sigo o seu conselho:

  • Ex 25, 10-22: O Senhor ordena que se faça a arca da aliança. Entre as instruções, ordena cobri-la com uma tampa de ouro chamada propiciatório. E diz (Ex 25, 18-20): “(...) com dois querubins de ouro, talhados a martelo (...). Os querubins devem ficar com as asas estendidas para diante, cobrindo toda a tampa (...). Portanto, o próprio Deus ordena a construção destas imagens de anjos.
  • Num 21 8-9: O Senhor ordenou que se fizesse uma serpente e “Moisés fez uma serpente de bronze e pendurou-a no cimo de um pau” para sarar o povo. Outra imagem que o próprio Deus ordena construir.
  • A arca da aliança não era o próprio Deus mas representava Deus e, na Bíblia, é muito venerada pelo povo de Israel.
O Senhor não se contradiz. Quando proíbe firmemente construir imagens, referese a fabricar ídolos que substituam Deus. Mas nada diz a respeito de imagens que ajudem à aproximação de Deus, como os anjos ou a arca que Ele próprio ordenou construir.

12. Algum exemplo da conveniência de imagens? A vida dos santos aponta numerosos exemplos da devoção que tinham a imagens de Jesus, da Virgem Maria, dos Nascimento... Inclusivamente muitos milagres estão associados a determinadas imagens. Assim é o caso da famosa imagem de Guadalupe.

13. Copio-lhes uma carta que me chegou:
"Parabéns pelo seu artigo. Vai fazer três anos que perdi a minha mulher. Era maravilhosa e pouco a pouco vou superando o seu falecimento. Deus a levou. Rezo em sua memória e nalgumas ocasiões o faço diante de um retrato seu. Eu estou venerando a sua memória, não a materialidade do retrato (papel e moldura) (...) As imagens que em ocasiões veneram os católicos são atos de piedade absolutamente distantes da idolatria".

14. E de outra carta também recebida:
"Agradeço este comentário sobre as imagens; eu nasci numa aldeia afastada da capital, ali temos desde os nossos antepassados uma capela com a imagem de Jesus crucificado e da virgem dolorosa entre outras imagens; apenas quando cheguei à idade da razão tal como terão tido os meus antepassados, tínhamos muita dor vendo pela imagem o sofrimento e morte de Jesus na cruz, pelo sofrimento de sua mãe presente acompanhando o seu filho vendo-o morrer; e aprendemos assim a amar a Deus nosso Senhor.

Quero ficar com essa experiência de ter visto Deus próximo de mim desde menino; os meus pais me explicaram o que os seus pais lhes disseram de que todo esse sofrimento era por nos salvar; a base da minha fé parte dessa experiência de que não tenho a menor dúvida nem nunca tive de que Deus está e estará comigo cada momento da minha vida e a sua imagem presente no meu coração. Todos os dias ao chegar ao meu escritório acendo uma vela à imagem da Virgem Maria e faço uma oração pedindo que interceda diante de Deus pela sua bênção".

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