1. Somos todos iguais? Em parte sim, em parte não. Enquanto pessoas humanas somos iguais. Em relação às qualidades somos diferentes.
2. Se duas coisas são diferentes, como as devemos tratar? Se são distintas, é correcto trata-las de modo diferente. O problema surge quando são semelhantes em certas partes e diferentes noutras. Então, deve-se procurar equilíbrios tratando igualmente o que é igual e diferentemente o que é diferente. Por exemplo: um homem sem conhecimentos de química não deve ser Professor Doutor nesta disciplina, mas tal não afecta a sua dignidade como pessoa.
3. Quando existe discriminação? Há discriminação se se faz distinção onde há igualdade e se essa diferenciação é injusta. Não há descriminação se se distingue o que realmente é diferente. Da mesma forma, não há discriminação se não se falta à justiça.
4. Exemplos de situações discriminatórias.- Aqui há diferenças em alguns aspectos, mas é injusto alargar essas qualidades a outros casos.
- A mulher é diferente do homem, mas ambos são seres humanos com os direitos e deveres correspondentes. Se esses direitos fundamentais não se respeitam, estamos perante uma discriminação.
- Um embrião humano é diferente de uma criança e de um adulto, mas são pessoas humanas com tudo o que isto significa. Há diferenças nos deveres e capacidades, mas não deve haver discriminação enquanto homens.
- Um doente é diferente de um homem são e terá distinções laborais, uma vez que se altera a sua capacidade de trabalho. Mas não são distintos enquanto pessoas e se não recebem um tratamento humano estamos perante uma discriminação.
5. Exemplos onde não há discriminação.- Aqui temos diferenças reais e é correcto distinguir:
- A verdade não discrimina o erro. Simplesmente é o verdadeiro. E o outro não é. São realmente distintos e é justo distingui-los.
- A bondade não discrimina a maldade. Apenas a primeira é um acto bom e a segunda não o é. São realmente distintos e é correcto diferenciá-los.
- Quem escolhe não discrimina. Simplesmente escolhe. Somente se discrimina se se cria ou mantém uma injustiça.
6. Exemplo de escolha justa? Quando há liberdade de escolha, é justo escolher arbitrariamente o que se deseje. Por exemplo, quem compra um carro escolho o que quer, sem que isto seja uma discriminação para face às outras marcars, ainda que sejam melhores.
7. Como se origina uma discriminação? Pode haver vários motivos. Talvez uma causa seja o exagero de um aspecto acidental. Exemplos:
- Discriminação racista: exagera-se a importância da cor da pele.
- Discriminação nacionalista: acentua-se a importância de ter nascido num determinado lugar.
- Discriminação qualitativa: entre um recém-nascido e um embrião há diferenças, mas não tantas que justifiquem matá-lo (aborto). Entre um doente e uma pessoa saudável há distinções, mas não exageremos (eutanásia).
8. Discriminação face ao síndrome de Down? Um amigo pede-me que acrescente algo sobre este tema. Estes doentes, têm umas capacidades reduzidas, mas continuam a serem humanos e muito carinhosos. Deve-se tratá-los de acordo com a dignidade humana. Por exemplo, o aborto nestes casos, continua a ser um crime. A origem da possível discriminação pode ser dupla: necessitam de cuidados especiais; e não fica nada bem ter um filho assim, pois está na moda ter filhos perfeitos. Estas discriminações seriam do tipo qualitativo - devido a terem qualidades distintas -, ou racistas se se suprimissem para melhorar a raça.
Mais exemplos de possíveis discriminações no tema machismo.
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